segunda-feira, 10 de março de 2008


enxofre


Eu como alguem que foge de si mesmo, que tenta entender meu raciocínio, escondo e domino as minhas emoções o instinto abre meus olhos mas fecha minha mente, caminho sorrindente sem nenhuma direção, não existe solução, em meio a multidão me sinto tão sozinho, quando quero companhia eu procuro a escuridão e fico a refletir a infância divertida e tão distante, em minha frente o horizonte que a cada passo que dou, mais longe fica, e esta realidade que costuma a me arracar lágrimas e dividir opiniões todo resultado que deriva sangue, eu nunca mais me imaginava eu mesmo aqui refletindo tudo isto, sentido um imenso vazio nesta tola madrugada, recordando tragedias e a ironia da vida que injustifiça e a poucos rende privilégio, acaba o expediente encontro a garrafa no fundo onde estacionei meu carro, no retrovisor enxergo a escadaria da favela alagada com sangue, meu corpo rolando numa mesa fria, soluços que clamam por Deus, sinto o calor atravessar meu rosto veias como rios e brasas geometricamente continua queima minha pele, prédios caindo barquinhos na sarjeta placa baleada bebê de proveta geladeira vazia casa sem geladeira, o telefone toca a polícia atira sem piedade, quando puxo o gatilho acordo para trabalhar uma foto do papa e uma risada no ar, paro e tiro pedras de gelo o infinito cerca uma poça de lama, mergulho e viro do avesso e volto ao começo meu tornozelo dói, volto pra cama antes de dormir e acordar agir para mudar antes que seja tarde demais

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